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As Duas Rodas Mágicas do Samuel

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Era uma vez um menino chamado Samuel, que tinha um sorriso tão brilhante quanto o sol da manhã e uma curiosidade maior que todas as estrelas do céu. Samuel adorava descobrir coisas novas, resolver quebra-cabeças e fazer seus amigos rirem com suas piadas engraçadas.

Mas havia um pequeno dragão invisível que morava no coração do Samuel - o dragão do medo. E esse dragão ficava especialmente agitado sempre que Samuel olhava para sua bicicleta vermelha com duas pequenas rodas auxiliares, como se fossem duas muletinhas prateadas que sussurravam: "Não se preocupe, estamos aqui para te segurar."

Todas as tardes, quando o sino da escola tocava, Samuel via seus amigos voarem como pássaros livres em suas bicicletas de duas rodas. Eles pareciam dançar com o vento, suas risadas ecoando pela rua como música. E lá estava ele, pedalando devagar com suas rodinhas fazendo aquele barulhinho tec-tec-tec no asfalto, como se estivesse sempre pedindo licença para passar.

À noite, deitado em sua cama, Samuel olhava para o teto e sentia borboletas nervosas voando em sua barriga. "Por que será que não consigo?", pensava ele. "Será que meus pés não são corajosos o suficiente? Será que meus braços não sabem segurar firme o guidão quando ele quer dançar sozinho?"

Um dia, vovô Mário, que tinha olhos cheios de histórias e um bigode que balançava quando ele sorria, sentou-se ao lado de Samuel no quintal.

"Sabe, Samuel", disse vovô Mário, apontando para uma pequena árvore que crescia no jardim, "essa arvorezinha ali era apenas uma sementinha há alguns anos. Ela não nasceu alta e forte. Primeiro, teve que aprender a criar raízes na terra escura, depois a esticar seus galhinhos para o céu, mesmo quando o vento tentava balançá-la."

Samuel olhou para a árvore e depois para o vovô. "Mas vovô, e se eu cair? E se machucar? E se..."

"Ah, meu neto", riu vovô Mário, "as quedas são como pequenas lições que a vida nos dá de presente. Cada arranhãozinho é como uma medalha de coragem que ganhamos por tentar."

Naquela tarde, algo mudou no coração do Samuel. Ele olhou para sua bicicleta e, pela primeira vez, não viu as rodinhas como amigas protetoras, mas como pequenas prisões douradas que o impediam de voar.

"Papai", disse Samuel com uma vozinha determinada que surpreendeu até ele mesmo, "acho que está na hora de libertar minha bicicleta."

O papai do Samuel sorriu com aquele sorriso orgulhoso que só os pais sabem fazer e, juntos, eles retiraram as duas pequenas rodinhas. A bicicleta parecia diferente agora - mais alta, mais elegante, como se tivesse crescido de repente.

Os primeiros pedais foram como tentar domar um potro selvagem. A bicicleta balançava para lá e para cá, o guidão parecia ter vida própria, e as pernas do Samuel tremiam como folhas no outono. Ele caiu. Levantou. Caiu de novo. Levantou de novo.

A cada queda, o dragão do medo ficava um pouquinho menor. A cada tentativa, as asas da coragem cresciam um pouquinho mais.

E então, como mágica, aconteceu.

Samuel não soube dizer exatamente quando - se foi no décimo, no vigésimo ou no quinquagésimo pedal - mas de repente ele estava voando. Seus pés encontraram o ritmo perfeito, seus braços descobriram como conversar com o guidão, e seu coração começou a cantar uma música de liberdade.

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"Estou voando! Estou realmente voando!" gritou Samuel, e sua voz ecoou pela rua inteira como um sino de alegria.

Naquela noite, quando Samuel se deitou para dormir, não havia mais borboletas nervosas em sua barriga. Em seu lugar, havia uma constelação de estrelinhas douradas - cada uma representando um momento de coragem, uma queda superada, uma tentativa que valeu a pena.

E sabe o que Samuel descobriu? Que aprender a andar de bicicleta não era apenas sobre pedalar. Era sobre aprender que somos mais corajosos do que imaginamos, mais fortes do que pensamos, e que os sonhos só ficam impossíveis quando paramos de tentar alcançá-los.

Daquele dia em diante, sempre que via uma criança com rodinhas auxiliares, Samuel sorria e acenavae, lembrando-se de que cada um tem seu próprio tempo de aprender a voar. E que não existe pressa quando se trata de conquistar os próprios sonhos.

"Às vezes, é preciso cair para aprender a voar. E às vezes, é preciso ter medo para descobrir o quanto somos corajosos."

Fim.

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