O Mistério da Menina Invisível
Sofia era a menina mais quieta da escola — não porque não tivesse nada a dizer, mas porque, quando falava, seu estômago soltava "bolhas de nervoso" (pequenos puns que soavam como notas de flauta desafinada).
As crianças riam: — Olha, a Sofia-Sinfonia! — zoava Pedro.
— Parece um fantasma com gases! — ria Théo, antes de se redimir.
Ela se escondia atrás de livros gigantes, até que...
A Descoberta no Porão da Escola
Um dia, fugindo das risadas, Sofia achou uma porta trancada atrás do ginásio. Com um clique misterioso (e um "pum!" acidental), a porta se abriu, revelando:
- Pilhas de giz antigo (cores que ninguém mais usava: âmbar, pêssego, tempestade). - Um quadro negro que brilhava no escuro. - E um bilhete: "Para a menina que fala com o ventre, aqui está sua voz."
Quando ela tocou no giz âmbar, ele grudou em sua mão e escreveu sozinho no quadro:
"PERGUNTE-ME QUALQUER COISA. EU SEI TUDO SOBRE O QUE É... ESQUECIDO."
O Giz que Comia Segredos

Sofia descobriu que:
O giz respondia perguntas, mas só se ela soltasse um "pum de nervoso" primeiro (era o combustível dele!).
Ele revelava *verdades escondidas:
- "Por que o Théo era bravo?" → "Porque seu pai chamava ele de Sacola de Lixo."
- "Por que Rafael fedia?" → "Porque seu suor era tinta de emoções."
Mas havia um aviso:
"Cada resposta custa um pedaço de sua cor. Quando eu virar pó, você será ouvida... mas nunca mais sentirá vergonha."
Sofia hesitou. Será que queria perder a vergonha... ou só aprender a conviver com ela?
A Revolta das Crianças Esquecidas
O giz a levou a um porão mais fundo, onde outras vozes ecoavam:
- Lucas, o garoto que gaguejava e virou "estátua de sala". - Marina, que corava até parecer um tomate e sumiu no 3º ano. - E até o fantasma de um menino de 1940, que soltava "arrotos de ansiedade".
Todos foram "engolidos" pelo giz em troca de respostas. Agora, eram letras no quadro negro.
— Ele não dá respostas — percebeu Sofia. — Ele rouba histórias!
O Resgate dos Gases Sagrados

Sofia fez um plano com Rafael e Théo:
1. Distrair o giz: Pedro fez perguntas bobas ("Qual o cheiro da cor laranja?").
2. Quebrar o feitiço: Théo soprou pó de Floris Ignis no quadro, fazendo o giz espirrar.
3. Libertar as vozes: Sofia deixou seu "maior pum de nervoso" (que soou como um trompete heroico), rachando o giz.
As crianças esquecidas voltaram, mais velhas, mas inteiras. E o quadro negro virou um espelho, onde Sofia finalmente viu:
"Você não precisa se livrar da vergonha. Só precisa falar... mesmo que seu estômago cante junto."