Era uma vez uma menina chamada Luna, que vivia em um vilarejo onde as pessoas pareciam sempre apressadas e sérias. Ninguém sorria, ninguém se ajudava, e as casas tinham muros tão altos que era impossível ver os vizinhos.
Certa manhã, Luna descobriu um pequeno portão escondido atrás de uma árvore no quintal. Curiosa, ela o abriu e entrou em um jardim mágico, onde flores brilhavam em cores que mudavam conforme o vento: rosa quando eram alegres, azul quando estavam tristes, dourado quando sentiam amor.
No centro do jardim, ela viu um coelhinho de pelagem cinza, chorando baixinho.
- — Por que você está triste? — perguntou Luna, ajoelhando-se ao seu lado.
- — Ninguém mais escuta os sentimentos das pessoas — explicou o coelho, secando as lágrimas com uma pata.
- — As emoções desse vilarejo estão todas perdidas aqui, e o jardim está ficando cinza...
Luna olhou em volta e entendeu: as flores murchavam conforme o vilarejo se tornava mais frio. Decidida, ela pegou uma flor rosa (a da alegria) e voltou para sua rua.
Na praça, viu o padeiro, franzindo a testa porque um menino deixou cair um pão no chão. Luna ofereceu a flor:
— Talvez ele estivesse com fome...

O padeiro parou, pensou, e sua expressão mudou. Em vez de gritar, ele deu outro pão ao menino. No mesmo instante, uma pétala rosa brilhou no alto dos muros do vilarejo.
Luna voltou ao jardim e trouxe mais flores: azuis para a tristeza, verdes para a esperança. Aos poucos, ela as entregava às pessoas, sempre com uma pergunta simples:
— O que você está sentindo?
Alguns estranhavam, mas outros respondiam... e, quando o faziam, os muros do vilarejo começavam a cair. Flores brotavam entre as pedras, e as pessoas reaprendiam a sorrir juntas.
No final, o coelhinho explicou:
— A empatia é como regar uma semente. Quando você escuta com o coração, faz a magia crescer!
E assim, o vilarejo deixou de ser cinza. Luna, agora, tinha uma missão: toda vez que via alguém sozinho ou bravo, ela lembrava:
— Vou levar uma flor para ela...
FIM.