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O dia em que Amolek parou

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Na cidade barulhenta de Tictictacópolis, onde todos os bichos viviam apressados, existia um dragão-de-komodo chamado Amolek. Ele era diferente dos outros: enquanto os esquilos corriam, os coelhos saltitavam e os pardais voavam de um lado para o outro, Amolek andava devagar. Sua cauda longa e desajeitada sempre esbarrava em coisas, mas ele não se importava — porque era justo assim, prestando atenção no mundo, que ele via coisas que ninguém mais notava.

Um dia, enquanto os outros animais passavam correndo, Amolek parou. Seu pé havia sentido algo estranho no chão — um leve tremor, como se algo fluísse sob o concreto. Ele se abaixou, encostou a pata no asfalto e... ouviu.

Era um rio subterrâneo, invisível para todos, mas que Amolek podia sentir. Suas águas não eram feitas só de líquido, mas de memórias, risadas e canções esquecidas. Cada animal que passava por cima dele deixava uma marca diferente, como uma assinatura única.

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Ligêro, o esquilo mais rápido da cidade, quase tropeçou quando viu Amolek parado no meio da calçada.

Zé Vento, o velho pombo, pousou ao lado dele.

— "Ah, então você descobriu..." ele cochichou. "Esse rio já foi um grande mar, sabia? Antes de a cidade cobrir tudo."

Amolek olhou para ele, curioso.

— "Por que ninguém mais o vê?"

— "Porque ninguém para. E quem não para, não sente."

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Foi então que Amolek percebeu algo ainda mais especial: o rio reagia a cada um de forma diferente.

No final daquele dia, enquanto o sol se punha, Amolek ainda estava ali, sentado no asfalto, com a pata sobre o rio invisível. Ele não tinha resolvido nenhum problema, não tinha corrido para lugar nenhum, mas tinha descoberto algo muito mais importante:

Todos eram únicos. Todos tinham uma canção que só o rio conhecia. E talvez, só talvez, se um dia parassem como ele, eles também poderiam ouvir a sua.

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"Não é porque todos caminham sobre o mesmo chão que sentem a mesma terra. O mundo é maior por baixo — e por dentro."

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