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Lara e os Guardiões do recreio

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O Jardim Secreto

Lara tinha um segredo que cabia no bolso: um caderno de capa azul-turquesa, onde o mundo inteiro virava flores que sussurravam histórias e estrelas que brincavam de esconde-esconde. Toda manhã, antes da aula, ela regava seu jardim de papel com lápis coloridos:

— "A rosa quer violeta, e a lua… ah, a lua precisa de um vestido prateado!"

Ninguém sabia, mas aquele caderno era mágico. Quando Lara desenhava um pássaro, ele batia as asas na margem da folha. Quando traçava um rio, dava para ouvir o som da água correndo entre as letras do ditado. Por isso, no recreio, enquanto as crianças gritavam no pega-pega, Lara preferia a sombra da árvore mais velha

– ali, com seu jardim aberto no colo, ela nunca estava sozinha.

Lara abriu o caderno e sussurrou para as folhas, como quem conta um segredo ao ouvido do mundo:

— "Bom dia, Senhor Rio! Trouxe azul novo para você hoje."

E o rio, em linhas tortinhas, pareceu abanar suas ondas em resposta. Num cantinho da folha, a Margarida de Papel (sua flor favorita) balançou o caule desenhado:

— "Lara, cadê meu amigo Sol? Tá frio aqui!"

Lara riu e, com o amarelo mais brilhante, pintou um sol com óculos escuros – porque até o sol, ela achava, precisava de estilo. Foi então que o vento real do recreio virou a página sozinho, e Lara viu...

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A Tempestade no Parque

João, o "rei do castelo de areia", não gostava de magia. Um dia, apontou para Lara:

— "Desenho é coisa de quem não sabe brincar de verdade!"

Miguel, o "gatinho assustado", repetiu as palavras, mas com olhos cheios de dúvida. João soprou ventos frios (palavras duras), e Miguel, presa na corrente invisível, ajudou a rasgar folhas pelo chão. O jardim de Lara começou a murchar.

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A Semente da Coragem

Lara plantou uma pergunta no coração da Professora Estela:

— "O que fazemos quando alguém pisa nas nossas flores?"

A professora viu o caderno machucado de Lara, os olhos baixos de Miguel e o jeito desafiador de João. Reconheceu aqueles sinais

- não eram brincadeiras de criança, eram sementes de solidão.

Com cuidado de quem rega uma planta frágil, decidiu que a turma precisava de mais do que um sermão: precisavam sentir na pele como é ser guardião e como é ser protegido.

Foi então que, no dia seguinte, a Professora Estela chegou com uma caixa de tintas e um sorriso misterioso:

— "Turma, hoje vamos jogar o 'Jogo dos Guardiões'!"

O Gatinho Encontra sua Voz

Miguel observava tudo de longe, com seu coração apertado feito um novelo de lã embolado. Cada vez que repetia as palavras duras de João, sentia um nó na garganta

- como se sua voz verdadeira estivesse presa num labirinto de medo.

Até que um dia, vendo Lara ganhar sua terceira "estrela de bravura" por defender o desenho de uma colega, algo estalou dentro dele. Lembrou-se da gatinha que tinha em casa

- aquela que, mesmo pequena, bufava corajosa quando alguém pisava perto de seu potinho de comida.

Foi então que, num impulso mais forte que o medo, Miguel deu um passo à frente. Seus pés tremiam como folhas no vento, mas sua voz, embora fininha, ecoou clara no recreio:

— "J-João... eu prefiro brincar de guardião!"

E naquele momento, o novelo em seu peito começou a se desfazer, fio por fio, como um raio de sol derretendo o gelo.

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O Vaso da Turma

A Professora Estela trouxe um vaso de terra vazio:

— Cada ato gentil será uma semente.

Lara e Miguel regaram juntos, enquanto desenhavam flores. João, observando, trouxe um grão de feijão do lanche:

— Posso plantar também?

O vaso virou símbolo da turma: cada bondade fazia uma folha brotar.

O Desenho das Quatro Mãos

João ainda tinha espinhos na voz, mas agora desenhava cercas em seus rabiscos

– como quem aprende a respeitar.

Lara o viu riscando o chão com um graveto e ofereceu:

— Quer que eu te ensine estrelas?

No chão do pátio, nasceu um desenho de quatro mãos: o castelo de João ganhou pontes, e o jardim de Lara, novas cores.

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O Recreio que Virou Canção

"Sou guardião do que é bom, do meu amigo e do meu jardim! Se você precisar, é só chamar - eu vou te proteger assim!"

No final, todos aprenderam:

- João: Castelos são mais fortes com portas abertas.

- Miguel: Até gatinhos assustados têm rugidos.

- Lara: Jardins crescem quando compartilhados.

Moral (Versinho Final)

"Palavras podem ser vento ou sol, corrente ou asa – escolha seu papel! Se o recreio virar tempestade, chame um guardião… e escreva um novo final!"

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